Fui enviado para a Terra com a missão de proteger uma humana que está sempre se metendo em problemas, e ajudá-la a conseguir um propósito na vida, visto que algumas vezes ela tentou tirar sua própria vida.
Consigo sentir de longe seus pecados, mas ao mesmo tempo, uma leve inocência.
O nome dela é s/n, e ela tem um sorriso brilhante, assim como minha auréola.
Espero concluir essa missão logo, mal posso esperar para voltar para meu cantinho no céu e descansar.
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Fui até sua casa, mas como esperado, ela estava dormindo. Não tive outra escolha a não ser acordá-la.
— Ei, s/n, —balancei seu corpo enquanto sussurrava— ACORDA GAROTA!!
— EU NÃO TÔ ATRASADA PRA ESCOLA NÃO MÃE, EU JÁ TÔ COM TUDO PRONTO —levantou-se em um pulo e foi até o guarda-roupa, jogando todas as peças no chão como se procurasse algo específico até se dar conta de que não estava sozinha— Ei, você não é minha mãe
Sorri. Essa garota vai difícil.
— Não, eu não sou sua mãe s/n.
— COMO VOCÊ ENTROU AQUI SEU TARADO??????
Começou a me bater com um travesseiro. Me defendi com os braços enquanto ria da sua atitude inesperada.
— Ei ei, calma garota. —segurei seus braços— Eu me chamo Chishiya, muito prazer. Sou seu anjo da guarda.
Ela me olhou incrédula.
— Anjo da guarda? Mas isso não é só história que as mães contam?
— Não garotinha, —me sentei no canto da cama— Anjos da guarda são reais, e eu estou aqui pra te proteger e te ajudar.
S/n pulou em cima de mim, e em um gesto rápido, a joguei em cima da cama.
Deus, por que me colocaste pra seguir cada passo dessa doida?
— Primeiro mocinha, nada de abraços ou contato físico. —disse olhando fixamente em seus olhos— Segundo, você vai pegar aqueles currículos que estão guardados na gaveta há meses e ir distribuir, agora.
Ela se levantou da cama sussurrando alguns palavrões e foi emburrada até o banheiro.
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— MEUS PÉS VÃO EXPLODIR A QUALQUER MOMENTO
S/n chegou em casa se jogando no sofá e tirando os saltos. Seus pés estavam cheios de bolhas. Sua energia era extremamente pesada.
Me aproximei e comecei uma massagem em seus pés, não era justo ela calçar esses sapatos desconfortáveis durante o dia todo.
— Você poderia ter usado algo mais confortável.
— Por mim, eu iria de chinelo e meia, —disse enquanto jogava a cabeça para trás— Mas infelizmente aqui na Terra se você não se veste "adequadamente", vão te olhar torto.
Suspirei e me levantei. A cada frase que saia de sua boca, seu tom de voz mudava.
— Certo, vou tomar um banho e me arrumar.
— Arrumar? —falei enquanto me virava para acompanhar s/n— Arrumar pra que?
— A noite é uma criança, baby.
Balancei a cabeça negativamente. Sinceramente, essa garota não tem limites...
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Entrei em seu quarto. S/n estava sentada em frente a penteadeira passando maquiagem.
Assim que percebeu minha presença, se levantou.
Usava um vestido preto exageradamente curto e colado. Em seus lábios havia um tom de vermelho extremamente forte.
Deus, livrai-me de cometer qualquer pecado, agora e sempre amém.
— E aí, como eu tô?
Girou lentamente, e eu pude ver que suas curvas estavam bem marcadas, e que sua parte de trás era bem gran...
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a vós o vosso reino assim na terra como nos céus o pão nosso de cada dia seja feita a sua vontade... Espera, tá tudo errado. Não não não...
— Não acha que tá um pouco exagerado não?
Perguntei sorrindo amarelo e tentando remover todos os pensamentos impuros que insistiam em rodear minha mente.
— É assim que deve ser. —pegou sua bolsa e segurou meu pulso— Vamos
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— Já é o décimo copo que você vira, —segurei seu braço— Vai ficar bêbada logo se continuar nesse ritmo
S/n jogou o cabelo para trás e me olhou sorrindo
— Sou bem forte pra bebida, o álcool nem faz efeito em mim. —mordeu o lábio inferior— Alguém já te disse que você é um gato?
Forte pra bebida, é?
Sorri de lado, e quando me dei conta, a garota já estava no 12° copo.
Estava rindo pro vento, e eu percebi que seu sorriso desapareceu quando um homem alto e com aparência intimidadora se aproximou da mesa onde estávamos.
— Vejo que já me superou, s/n.
A mesma tentou se levantar, mas estava muito tonta pra isso. Fui até ela e segurei seus ombros.
— E você, quem seri...
— Você —s/n me interrompeu, apontando para o homem— eu já não te disse pra nunca mais chegar perto de mim? SERÁ QUE EU VOU TER QUE DESENHAR??
Seus olhos se encheram de lágrimas, e a energia do local pesou. As poucas pessoas que estavam no estabelecimento se viraram para ver o que estava acontecendo.
— É bom você ficar longe dela, meu amigo —falei, pegando a bolsa de s/n— Passar bem, e que Deus te abençoe.
Saí com a garota do local, e voltamos para sua casa.
Ela chorava e murmurava palavras que eu não conseguia entender durante todo o caminho.
Assim que chegamos, coloquei-a na cama e tirei seus sapatos, que dessa vez, tinham um salto bem menor. Peguei uns lenços e limpei seu rosto que estava todo borrado por causa das lágrimas.
Soltei seu cabelo que estava preso em um rabo de cavalo, aquilo deixaria sua cabeça doendo mais tarde.
— Eu juro que não foi culpa minha...
Meu primeiro reflexo foi colocar s/n deitada em meu colo.
— Não, eu sei que não foi. Mas quem era aquele homem?
— Meu ex-namorado. —suspirou— Durante quatro meses, ele dizia me amar na frente dos outros, enquanto me humilhava quando estávamos sozinhos.
Uma lágrima solitária atravessou sua bochecha, e eu fiz questão de enxugar com meus dedos
— Ele também abusava de mim, e eu sempre fui tão vulnerável. Eu fiquei com tanto nojo dele, que decidi terminar —passou a mão sobre os olhos, tentando enxugar as lágrimas— Mas ele me bateu, e disse que não ia aceitar isso. Tive que ir na polícia, e ele ficou preso durante um tempo. Mas a justiça daqui é falha, você não deve entender.
S/n chorou silenciosamente até dormir em meu colo.
Deus, que o senhor não tenha pena dessa alma podre que anda entre os homens.
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S/n acordou com o celular tocando. Por mim, deixaria a pequena dormir mais um pouco, já que a noite de ontem foi cansativa para a mesma.
Ouvi seus gritos vindos da sala e corri até lá. Fui recebido com um abraço bem forte de s/n.
Por um momento, esqueci que eu sou um anjo e ela uma humana, e a abracei com força também, fazendo com que nossos corpos ficassem juntos como um só.
Céus, essa garota tem um abraço tão quente e confortável...
Balancei a cabeça negativamente e empurrei s/n delicadamente.
— O que aconteceu?
— Uma das empresas onde eu entreguei o currículo me contratou!! Eu começo na próxima segunda
Sorri levemente
— Parabéns, que tal comemorar? —disse me sentando no sofá— Em casa, claro
S/n sorriu, e o meu sorriso se desmanchou. Minha tarefa aqui na Terra era consolar e ajudá-la a arrumar um emprego, depois disso, voltaria para o céu.
Mas não era isso que eu queria. Nesse dia que passei com ela, senti que a cada segundo iria cometer um pecado.
Continua...
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Opa opa, olha quem apareceu aqui
Eu fiz essa fanfic do Chishiya, de Alice in Borderland, e achei muito pitica pra deixar só guardada.
Mas vocês sabiam que eu não escrevo só fanfic?
Pois é, pois é, eu também escrevo umas coisinhas autorais, mais voltadas a suspense e crimes cruéis
No momento, tenho um livro em andamento no wattpad, caso tenha curiosidade em ler, é só clicar aqui
Beijinhos com sabor de brigadeiro e até a próxima 🍫🍬
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